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A roupa veste o corpo ou o corpo veste a roupa?

Posted by Silvia Rocha 8pc on June 10, 2015 · Flag

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Uma aventura em cinco atos. Por: Silvia Rocha

I Ato

Conversa por what’s up

Oi, Sílvia.

Você gostaria de posar para o material de divulgação da Frau Perolina? Nós não temos verba. Em troca, você escolheria uma roupa. O que você acha? Bjs.

Aceito!

Honrada!!!

Combinamos.

Bjs.

 

Que bom! Vou decidir as roupas com a Sônia e a gente combina. Mas não temos maquiador nem cabelereiro.

Vai ser legal fazer as fotos!

 

Modelos reais!

Modelos normais!

 

Sim, não queremos uma mocinha.

 

Querem uma gordinha. Rsrs

Queremos uma mulher charmosa que encara bem a câmera. Você não é gordinha. Você é bonita!

 

II Ato

Conversa comigo

Você não é gordinha. Você é bonita. Você não é gordinha. Você é bonita.

Eu fiquei muito mexida pelo convite e mais ainda pela frase que finalizou minha conversa com a Lena, minha amiga fotógrafa Ligia Lena Vargas.

Você não é gordinha. Você é bonita.

Mas dá para ser os dois?

Eu achei que, em teoria, dava.

Mas, na hora do convite, a primeira coisa que veio à minha mente foram números que me definem há um bom tempo, mesmo me trabalhando, fazendo terapia e participando ativamente de um grupo onde nos debruçamos sobre questões e temas ligados ao corpo, ao ato de comer e à comida, à imagem corporal, à ditadura da beleza e à auto-aceitação.

Naquela hora, eu era tão somente os números 56, 1,61 e 75, sendo que o primeiro varia a cada doze meses, o segundo tem se mantido igual, talvez graças a alongamentos e yoga e o terceiro...

Ah, este número tem variações mais sutis. E tão frequentes! E como me mobiliza! Às vezes, ele se torna 76, outras, 76,200. Vez ou outra, pula para 75; e, há dois meses, chegou a 73,400. Quanto foco e energia para esses dígitos que, de certa forma, ainda me definem.

 

III Ato

A sessão de fotos

E lá fui eu posar para a grife das minhas amigas, Ligia Lena e Sônia, esta última, minha ex-professora de Reeducação do Movimento.

Elas lançaram há alguns meses a Frau Perolina, grife de roupas artesanais, e me contam que a filosofia delas é que a roupa vista o corpo, e não o contrário.

Roupas bonitas, confortáveis de usar, gostosas, mas elegantes. Um desafio e tanto.

Passei uma tarde inteira sendo fotografada com roupas lindas, charmosas e, sobretudo, confortáveis.

Tentamos fugir do paradigma das fotos convencionais, e isto foi muito bacana. Acho que, inconscientemente, buscamos posições e jeitos confortáveis e naturais como as próprias roupas! As posições eram inspiradas nas torções que aprendi nas aulas da Sônia, em alguns alongamentos, algumas posturas foram inspiradas no tai-chi-chuam e outras tinham referência nas minhas aulas de iyengar yoga. Em outros momentos, corri, girei e ri muito.

Foi uma tarde maravilhosa, onde trabalhamos com soltura e leveza.

As fotos iam acontecendo, meio que naturalmente.

Me senti livre, leve e solta naquelas roupas.

Elas me vestiram, me abraçaram, me enfeitaram. Sem esforço. Sem cobranças. Sem pressão.

Uhm... será que não deveria ser sempre assim?

 

IV Ato

Frau Perolina?

Ligia Lena, escreve sobre a grife de vocês? Para eu colocar no meu texto sobre esta experiência.

- A Frau Perolina, para mim, é uma marca não convencional, colorida, vibrante, sensual e alegre. Ao mesmo tempo, urbana e moderna. As roupas são adaptáveis, pois usamos tecidos fluidos. Veste uma mulher corajosa, de qualquer idade e com qualquer corpo. Veste a mulher que tem atitude e que decide sobre a própria vida.

 

V Ato

Mais perto de mim

Mulher corajosa, com atitude, fotos e mais fotos, agora sendo postadas e, em breve, haverá um banner, e-mails marketing e outras peças de divulgação da grife, com as minhas fotos.

Estou gostando muito desta experiência. E, ao invés de “me achando gorda”, “me achando isto ou aquilo”, simplesmente estou me sentindo mais perto de mim. Abri uma nova possiblidade, me deparei com uma pororoca interna, o encontro entre a teoria e a prática de minha imagem de mim.

A roupa vestiu meu corpo, minha idade, minha história, minha vida, minha memória. A roupa vestiu uma tal de Sílvia Rocha meio teimosa, que insiste em se conhecer, em se deparar com seus medos e fantasmas. Eu percebi que a roupa não vestiu meu corpo. Vestiu a Sílvia. Por inteiro.

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